Voluntariado na Cruz Vermelha Portuguesa
O trabalho voluntário esteve sempre no cerne da ideia da Cruz Vermelha. Quando Henry Dunant, fundador do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, viu os soldados feridos e moribundos na Batalha de Solferino, rapidamente reuniu populações das aldeias mais próximas para lhes prestar auxílio, tendo mais tarde escrito Recordação de Solferino. “Não seria possível formar sociedades de auxílio que cuidassem dos feridos em tempo de guerra, através do trabalho zeloso, devoto e qualificado de voluntários?”, interrogou-se Henry Dunant. Foi assim que Dunant viu as populações responderem às necessidades do auxílio humanitário.
Desta visão de há 150 anos, cresceu o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Hoje, existem Sociedades Nacionais em 190 países em todo o mundo, numa rede humanitária global que envolve cerca de 100 milhões de membros e voluntários. O nível de envolvimento destes 100 milhões é, naturalmente, diferente. Muitos são apenas apoiantes. Outros prestam ajuda, ocasionalmente. Cerca de 20 milhões estão profundamente envolvidos no trabalho diário da organização. Todos trabalham pela causa, sem interesses pessoais.
De realçar que o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho assiste, anualmente, cerca de 275 milhões de pessoas vulneráveis.
Voluntário é aquele que se disponibiliza voluntariamente a colaborar nos serviços da Instituição, quer em tempo de paz, quer em tempo de guerra e que acata os Princípios Fundamentais da Cruz Vermelha/Crescente Vermelho e demais normas que regem a Cruz Vermelha Portuguesa, aos níveis do desenvolvimento, do planeamento, da coordenação e da execução.
De acordo com os Estatutos da Cruz Vermelha Portuguesa, os membros associados activos são pessoas singulares que, voluntariamente, tenham aceite prestar serviços de uma forma solidária e desinteressada (Capítulo I, artigo. 3º, nº2).
O Voluntariado está confrontado com mudanças imparáveis em curso. Mudanças a nível da diversificação das necessidades e interesses que são objecto da criação de novos campos de intervenção do cidadão.
A Cruz Vermelha Portuguesa promove o Voluntariado Jovem, fomentando, através da Juventude Cruz Vermelha, a participação de crianças e jovens na actividade da instituição, e, designadamente, a difusão dos Princípios Fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
Os voluntários, depois de devidamente seleccionados, formados e enquadrados, podem responder a:
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Assistência às vítimas de conflitos armados em coordenação e colaboração com o Comité Internacional da Cruz Vermelha.
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Assistência às vítimas de desastres naturais ou outras emergências em coordenação com entidades nacionais e colaboração com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
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Situações de emergência: a nível da prevenção e apoio em missões de auxílio, assistência e tratamento de doentes e feridos, quer em tempo de paz, quer em tempo de guerra – informação, apoio na sobrevivência – alimentação, cuidados sanitários básicos, cuidados de enfermagem, apoio psicológico.
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Mitigação das consequências e preparação ao retorno da vida normal.
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Socorro e transporte de pessoas em situação de vulnerabilidade, primeiros socorros, apoio aos mais vulneráveis, como idosos, crianças em risco.
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Socorrismo de proximidade – rede de actuação rápida com socorristas de proximidade e disponibilidade de equipamento e material de socorro, de acordo com as necessidades.
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Acções de apoio e prevenção junto de jovens em risco, imigrantes, idosos em situação de solidão, recuperação e reintegração de pessoas vítimas de acidentes de trabalho, de viação ou de doenças incapacitantes.
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Apoio a Idosos e Dependentes – promovendo academias e clubes seniores, numa perspectiva de resposta diferenciadora e geradora de um envelhecimento saudável. O lema adoptado: “Viver a Vida em todas as idades e em todas as circunstâncias”.
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Angariação de fundos, organização de eventos.
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Actividades de gestão, órgãos sociais, etc.
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Difusão dos princípios e ideais do Movimento.
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Difusão do Direito Internacional Humanitário.
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Intervenção em várias áreas/grupos vulneráveis: população prisional e famílias, vítimas de violência, jovens em risco, imigrantes, segurança rodoviária, prevenção do alcoolismo e toxicodependência, pandemias, educação ambiental e de saúde, promoção dos hábitos alimentares saudáveis, combate ao insucesso escolar, rastreios, entre outros.